
A Trienal de Arquitetura de Lisboa revelou os cinco finalistas do Prêmio Début Millennium bcp 2025, que celebra práticas emergentes que estão redefinindo o papel da arquitetura em diferentes geografias e realidades. Distribuídos por três continentes, os escritórios finalistas apresentarão seus trabalhos durante os dias de abertura da Trienal (2 a 4 de outubro de 2025), em um evento público no qual será anunciado o vencedor.
Os finalistas deste ano são:
- Bangkok Tokyo Architecture (Tailândia)
- Palma (México)
- ReSa Architects (Índia)
- Robida Collective (Itália)
- TEN (Suíça)
A edição de 2025 recebeu 75 candidaturas elegíveis de diversas partes do mundo. Além dos finalistas, a lista restrita incluiu: Atelier Local (Portugal), Avneesh Tiwari (Índia), Balsa Crosetto Piazzi (Argentina), Banga Coletivo (Angola), BeAr Arquitectos (Espanha), Estúdio Flume (Brasil), Exutoire (Vietnã), Indalo World (África do Sul), JQTS (Portugal), Juan Campanini – Josefina Sposito (Argentina), Juliana Godoy (Brasil), kera (Geórgia), NUA arquitectures (Espanha), Parabase (Suíça) e RC Architects (Índia).
Entre os vencedores das edições anteriores estão o coletivo brasileiro Vão (2022), o escritório Bonell+Dòriga (Espanha, 2019), Umwelt (Chile, 2016) e Jimenez Lai, do Bureau Spectacular (EUA, 2013).




Declaração do Júri
“Enquanto júri, temos o dever de reconhecer que nos encontramos num momento histórico — testemunhamos um genocídio em Gaza e guerras no Congo, na Ucrânia e em tantos outros lugares do mundo, enquanto, para muitas pessoas, a vida prossegue como habitualmente. Perante esta contradição, importa perguntar: que posição tomamos? Como irá a história julgar as nossas escolhas?
Nós, membros do júri, escolhemos reconhecer práticas arquitectónicas que criam espaços para a vida: abordagens que promovem dignidade, comunidade e formas enraizadas de coexistência. É essencial resistir à imposição de um único padrão e, em vez disso, apoiar a diversidade de respostas arquitectónicas, ajustadas a diferentes realidades. As candidaturas apresentadas revelam que muitas pessoas que iniciam o seu percurso na arquitectura estão a afastar-se dos modelos tradicionais, optando por práticas colectivas e descentralizadas que, de forma encorajadora, respondem aos desafios do presente. Reconhecemos, ainda, um compromisso com o fortalecimento de estruturas de resistência já existentes, ao invés de uma obsessão pelo "novo". Trabalhar em contextos políticos, sociais, económicos e ambientais adversos requer formas de reconhecimento distintas.
O papel da arquitectura na criação de espaços para a vida nunca foi tão urgente. Num tempo em que o poder se concentra em poucas mãos, escolhemos destacar quem, através da sua prática, insiste em re-existir, reimaginar e resistir.”






O júri dos prêmios Début e Carreira é composto pelos arquitetos Inês Lobo, Lígia Nobre, Samia Henni, Sandi Hilal e Yuma Shinohara.
Os três Prêmios Millennium bcp da Trienal de Lisboa — Carreira, Début e Universidades — têm como objetivo promover a arquitetura transformadora em todas as suas etapas, reconhecendo pesquisas inovadoras, talentos emergentes e contribuições significativas de profissionais consagrados e do meio acadêmico.





